A vez da voz

O que você vai ler aqui: Este artigo traz algumas explicações sobre a retomada do áudio no mundo digital e aborda como isso pode impactar as estratégias de marca num futuro próximo.

Por que é importante: Buscas por voz, conteúdos de áudio e dispositivos acionados pela fala têm se tornado cada vez mais convenientes para as pessoas. Confira aqui como as marcas podem aproveitar essa tendência para alavancar seus resultados.

 

Ao que tudo indica, estamos vivendo na esteira da próxima grande revolução do marketing digital. Basta observar a quantidade de interfaces ativadas por voz que circundam nossos hábitos e às quais já confiamos grande parte das nossas tarefas diárias.

Dispositivos domésticos, como Amazon Echo, Apple Home e Google Home Assistant, oferecem uma comodidade inédita e estão cada vez mais populares em todo o mundo.

Para além de assistência, a voz também passou a preencher alguns espaços vagos dos nossos dias, diminuindo a “improdutividade” de momentos como se deslocar de casa para o trabalho, cozinhar, levar o cachorro pra passear etc.

É o caso do sucesso dos podcasts, que vêm acumulando um público cada vez maior e mais expressivo no Brasil. Desde 2017, plataformas de streaming, como Spotify e Deezer, começaram a disponibilizar conteúdos em áudio e os portais de notícias (até os mais tradicionais do país) começaram a produzi-los também.

Quais são as perspectivas?

Pesquisas revelam que, de maneira geral, conteúdos, interfaces e algoritmos orientados pela fala têm provocado uma mudança profunda na maneira como as pessoas se relacionam com o mundo digital.

Até 2020, segundo a ComScore, as consultas por voz poderão representar 50% das pesquisas na internet e, segundo o site Statisa, as despesas com anúncios em formato de áudio chegarão a 31 bilhões de dólares.

Conveniência do áudio marketing

Conteúdos e interfaces ativados por voz têm se mostrado ferramentas poderosas por oferecerem uma dupla conveniência: comodidade e melhor aproveitamento do tempo.

Hoje, o áudio representa, pra muita gente, a oportunidade de consumir conteúdos de forma mais leve, prática e familiar. Com uma simples entonação e com o ritmo da fala, a voz humana ajuda a compreender uma série de subjetividades do texto, sem muito esforço.

Com um simples comando de voz, a análise combinatória da Alexa pode nos sugerir um conjunto de ofertas compatível o nosso perfil.

O que fazer?

Em termos de branding, agências e marcas precisarão redesenhar suas estratégias, integrando o áudio marketing (seja com conteúdo ou anúncios) a suas campanhas para ampliar sua abrangência.

Outro desafio é tornar os conteúdos sonoramente atrativos, tanto quanto são visualmente hoje. Isso envolve um pensamento criativo adequado e a otimização de campanhas para dispositivos (como Siri e Cortana) e pesquisas por voz.

Áudio marketing e big data

Para Mateus Potumati, líder criativo da FutureBrand São Paulo, vivemos um momento em que as transformações promovidas pela intersecção entre marketing e big data começam não apenas a ficar claras, mas também se tornam radicalmente divisivas nas estratégias de marca e no consumo em geral.

Para ele, está nascendo um “abismo algorítmico” entre marcas que se adaptaram à era digital e aquelas que ainda não compreenderam a importância disso ou que seguem protelando.

No comércio eletrônico, por exemplo, será essencial garantir que os produtos sejam definidos não pelos requisitos comerciais, mas pelos desejos e necessidades dos usuários. Os produtos que agregam funcionalidades — por exemplo, simplificando a vida do consumidor ou oferecendo melhor relação custo-benefício — estarão melhor posicionados nos dispositivos ativados por voz.

Mateus analisa que, hoje, as grandes lojas digitais estão conseguindo, por meio de dados e de inteligência artificial, oferecer soluções personalizadas, aliadas ao alcance, à variedade, à praticidade e ao baixo custo do ambiente digital.

O fato é que o áudio marketing está conquistando cada vez mais espaço nas plataformas digitais. E, associado aos algoritmos de busca, ele impõe grandes desafios ao branding e à publicidade tradicional. Contudo, para marcas que conseguirem somar criatividade e inteligência algorítmica, as perspectivas continuam sendo as melhores.

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