Cultura: da linguagem à estratégia

As empresas sempre tiveram valores corporativos, conscientemente ou não, e isso não é novidade. O que percebemos hoje é que, diferentemente de 20 anos atrás, a cultura precisa fazer parte da estratégia das grandes marcas.

Muito se tem falado sobre a importância da cultura das empresas em um contexto em que a tecnologia avança para funções antes ocupadas por pessoas. Mas como acontece em qualquer transformação digital, as inovações tecnológicas estão chegando para apoiar as pessoas, que, por sua vez, não irão “desaparecer”.

Por isso, inevitavelmente, as organizações precisarão saber lidar com as relações entre seus colaboradores, o que traz à tona dois temas de suma importância: os subgrupos e a linguagem. 

O front, o back e os pivôs

Para que a cultura trabalhe em prol da organização, o primeiro ponto é lapidar a maneira de se fazerem as entregas. Alguns estudos da Harvard Business Review falam sobre como trabalhar o envolvimento dos demais colaboradores com aqueles que estão no front office. Nesse sentido, uma das principais conclusões é a de se concentrar em esclarecer aos funcionários de retaguarda — aqueles que não têm contato com o cliente — em qual etapa dos processos do negócio eles se encaixam.

Em organizações de grande porte, surge um segundo obstáculo: proporcionar o envolvimento de todas pessoas — o que pode ser muito difícil. Aqui, o conceito de “grupos pivôs” pode ajudar. Por exemplo, em um varejista com mais de 100 mil funcionários, um “grupo pivô” pode ser formado só pelos gerentes de loja — afinal, um ótimo gerente significa uma ótima loja, com experiências igualmente excelentes para clientes e colaboradores. Ou seja, lidando com um grupo bem menor de pessoas e, portanto, mais fácil de gerenciar, é possível pivotar os valores desejados. Isso é válido para muitas empresas. Mas não se desmotive, pois o principal trabalho será descobrir e aprender a engajar esses subgrupos.

Linguagem é cultura

Tão determinante para a cultura de uma empresa quanto os subgrupos é a comunicação. Nesse contexto, o poder que a linguagem tem de impactar uma organização é enorme. Contudo, muitas empresas “institucionalizaram” tanto o uso desta ferramenta que boa parte da sua comunicação, além de não trabalhar a favor, joga contra as suas estratégias. Isso porque, quando utilizada de maneira eficiente, a linguagem pode ser capaz de construir um entendimento compartilhado. Mas o contrário também é verdadeiro: a ausência de uma linguagem eficaz pode arruinar uma organização.

Um terreno vasto

A abrangência e o poder de impactar uma marca que a cultura tem costuma surpreender. De KPIs compartilhados a uma arquitetura cuidadosa do escritório, passando por como nos comunicamos e nos relacionamos, tudo que acontece entre os colaboradores faz parte do tema e pode ser trabalhado. Falamos aqui no BrandIdeas, por exemplo, sobre a importância da diversidade para o resultado das organizações.

No final das contas, as empresas dificilmente são capazes de mudar seus colaboradores. Mas, sabendo trabalhar as suas culturas, é possível incentivar comportamentos e sintonizá-los com as suas estratégias.

 

Artigo adaptado de Futurebrand.com – Does culture really eat strategy for breakfast?, de Richard Curtis

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